quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O caso K.

Não posso dizer já ter visto de tudo na minha profissão. Eu apenas a iniciei. Mas o que conto é algo extraordinário. Abri recentemente minha clinica odontológica e estou ainda formando uma carteira de clientes. Por volta de um mês a mãe veio com a filha para uma consulta, queria que eu verificasse uma ferida no céu da boca da filha. A menina, 15 anos, tinha um aspecto pálido e olhos embaçados. Perguntei à mãe se ela estava conseguindo se alimentar bem. A mãe respondeu que estava absorvendo apenas liquido. Pedi então que a menina abrisse a boca e não fosse a mascara, teria desmaiado tal forte estava seu hálito. Examinei então a boca da menina e devo confessar que era a primeira vez, espero seja a ultima, que via algo do gênero. Sem saber que procedimento tomar, indiquei uma medicação e pedi à mãe que providenciasse uma biopsia e retornasse o mais breve possível. Dois dias depois a mãe voltou com a biopsia. Deu-se então meu espanto. O resultado da biopsia apontava que a ferida na boca da filha era provocada por uma bactéria encontrada apenas em cadáveres. Inquirindo, então, a mãe, com certa resistência, narrou-me que ela e a filha procuravam em sites de relacionamentos homens que se relacionassem com as duas e encontraram um sujeito que se dizia trabalhar no IML. Isto poderia explicar a bactéria. Como eu não tinha recursos em minha clinica para acompanhar o caso da filha, orientei a mãe a procurar uma clinica especializada em câncer bucal. Fiquei, no entanto, intrigado com a situação e narrei-a a um amigo jornalista que resolveu procurar a mulher para uma matéria. O fato é que lendo o jornal está manhã fiquei estupefato: “Policia encontra cadáver de mãe e filha em apartamento de médico criminalista”. Na noite de ontem, a polícia por meio do jornalista X chegou ao apartamento do médico criminalista K, onde encontrou conservado em uma banheira com formol os corpos de Z e Zz, mãe e filha, que, há dois anos, encontravam-se desaparecidas. K sofre de desvio sexual e mantinha regular relacionamento com os corpos encontrados em seu apartamento. Quem levou a polícia ao médico criminalista, foi o jornalista X deste jornal, que desenvolvia matéria sobre relacionamentos na Internet e casualmente deparou com a história das mulheres desaparecidas.




Cláudio Domingos

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