terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu não quero uma vida Fast food!

Eu não quero uma vida Fast food!

Eu não quero uma vida fast food.
Não vou fazer amor com seu dinheiro.
A minha alma não está a venda no mercado.
meus medos não flutuam com o câmbio.


Não quero uma vida financiável.
Viver aos poucos em suaves prestações.
Fingindo orgasmos
Fingindo que sou o que não sou.

Não vou viver dando risadas falsas
Nem ocultando o choro
Reprimindo o grito
A minha fúria não é negociável.

Não vou vender meu tempo baratinho
Mais uma peça na linha de produção
Não vou deixar que me tratem como máquina
e atirem ao lixo o que ainda me resta de humano.

Meus momentos de prazer e de orgia
Minhas horas de choro e de alegria
Isto eu não vendo, não troco, não financio.
Eu só dôo, empresto, e compartilho.

Porque os juros do que não se fez
São exorbitantes
E um sonho não consumado
É impagável.

Não se quita uma dívida com a vida.
Credora implacável
ela não aceita nenhum pagamento
além de si mesma.

Audrei Teixeira de Campos é escritora, historiadora e professora, membro da Associação Cultural Rastilho.
Seu blog pessoal é: http://olampejo.blogspot.com

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