tag:blogger.com,1999:blog-55087840115292814882024-03-14T02:22:18.657-03:00Associação Cultural RastilhoDarlan (Filé) Júniorhttp://www.blogger.com/profile/03900592066735188624noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-24220259841415249582013-08-20T22:10:00.002-03:002013-08-20T22:10:41.916-03:00<h3 style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: center;">
<a href="http://olampejo.blogspot.com.br/2013/03/releitura.html" style="color: #1155cc;" target="_blank">Releitura</a></h3>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<div>
</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt;">
<span style="color: #474b4e; font-family: Helvetica;">Escrever! Escrever!<br />Escrever até que o mundo acabe!<br />O mundo inteiro desabando<br />E o poeta ali sentado.<br />Coitado!<br />Mas,<br />já não lhe basta cantar as próprias dores<br />Quer ainda cantar as dores alheias?<br />Já não lhe basta viver a própria angústia,<br />deve ainda ele incomodar-se da misteriosa condição humana?<br />Da nebulosa condição humana?<br />Da degradante condição humana?<br />Mas, e quando estancar o sangue do último ferido?<br />E quando parar de ressoar o último estampido,<br />da última bala perdida<br />no meio de uma guerra qualquer<br />ou ainda em tempos de paz?<br />(mas se trata da pax romana?<br />deve ser uma releitura)<br />E quando calar o último grito<br />do fundo de um porão gelado<br />em um país qualquer da América?<br />Latina. Ou não.<br />E quando explodirem as últimas bombas?<br />Não será apenas uma releitura daquela primeira explosão?<br />Aquela que deu origem ao universo<br />E que se repete todos os dias<br />Na cólera convulsiva<br />Na voz de uma diva do jazz<br />No grito de um manifestante contra a guerra no Iraque<br />ou no Afeganistão<br />No gozo de um casal de amantes<br />Sejam eles hetero ou não.<br />Pouco importa.<br />Aquela explosão que deu origem ao primeiro instante<br />E que, dizem, se propaga infindamente,<br />dando origem ao universo<br />o qual, segundo consta,<br />ainda está em expansão desde bilhões de anos<br />e por bilhões de anos ainda mais.<br />Mas, atenham-se àquele primeiro instante!<br />O da explosão<br />Não será ele o mesmo instante em que o poeta escreve agora?<br />Quanto tempo dura um instante?<br />Os físicos não saberiam explicar<br />Qual a duração de um momento?<br />Eis uma grande questão sobre a qual se debatem filósofos<br />sem, no entanto, chegarem à conclusão alguma.<br />Eis a função do poeta.<br />Demonstrar a simultaneidade do tempo<br />Fazer ouvir o grito que já se calou,<br />Gritar a ferida que já se curou,<br />Trazer lá do fundo da alma<br />à zona mais clara do consciente<br />as maiores angústias ancestrais<br />E mostrar que ainda se sente o medo<br />que nos fez chorar na noite passada.<br />Aliás, que sempre se sentiu<br />E sempre se sentirá.<br />Pois tudo o que foi ainda será eternamente<br />Com diz a lei do eterno retorno<br />Mas não exatamente igual<br />Como uma releitura<br />Escrita por um poeta bêbado<br />Sentado no boteco mais degradado<br />Cercado de prostitutas,<br />Aliás, de uma nobreza de caráter invejável.<br />“Não é possível escrever poesia depois de Auschwitz” – dizia o filósofo<br />Pois é exatamente depois de Auschiwitz que a poesia se torna possível<br />E necessária<br />Para mostrar que auschiwitz nunca acabou e nunca acabará<br />Para não permitir que se esqueçam os gritos<br />E os gemidos.<br />Mas e as bombas?<br />E quanto às bombas,<br />Elas não acabarão de uma vez por todas com a humanidade?<br />De que vale escrever poesia então?<br />Isso não vai fazer diminuir o preço do pão.<br />Nos tornará mais livres talvez.<br />Ou não.<br />É importante lembrar que um dia existiu o amor,<br />Sim, existiu o amor,<br />Mas isso já faz muito tempo,<br />Foi na década de 60<br />Antes do vírus.<br />Mas ainda restam fragmentos desse amor,<br />em pedaços de guardanapos<br />e em grãos de areia escondidos sob as ruas de Paris.<br />E o que resta da vida senão a epígrafe?<br />O poema nada mais é que uma epígrafe então:<br />“Aqui jaz a humanidade,<br />Sucumbiu sobre o jugo de sua própria ganância,<br />Fruto de sua ignorância<br />E de sua inteligência,<br />Que é sua contraparte.<br />Padeceu sob a tirania de si mesma<br />Em que homens dominavam homens,<br />Dominavam mulheres<br />E maltratavam as crianças<br />Destruíram tudo o que o universo pôde criar de mais belo<br />Mataram suas divindades<br />Às quais deram vários nomes,<br />Mas que poderiam ter chamado somente de Natureza.<br />Venderam seu tempo, suas virtudes, sua dignidade,<br />Trocaram por um pedaço de papel<br />Que eles trocavam por mercadorias<br />Num lugar chamado mercado.<br />Criaram leis que restringiam sua liberdade,<br />coibiam os amores<br />e proibiam a felicidade.<br />Aqui jaz a humanidade.”<br />Eis a epígrafe,<br />Eis o poema.<br />No mesmo instante em que tudo se dissipa,<br />ele faz uma releitura<br />implacável<br />das ruínas ao seu redor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt;">
<span style="color: #474b4e; font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt;">
<div style="text-align: start;">
Audrei Teixeira de Campos é escritora, historiadora e professora, membro da Associação Cultural Rastilho.</div>
<div style="text-align: start;">
Seu blog pessoal é: <a href="http://olampejo.blogspot.com/" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://olampejo.blogspot.com</a></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-90751151720588344642013-08-20T22:08:00.002-03:002013-08-20T22:10:52.684-03:00Eu não quero uma vida Fast food!<h3 style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: center;">
<a href="http://olampejo.blogspot.com.br/2013/03/eu-nao-quero-uma-vida-fast-food.html" style="color: #1155cc;" target="_blank">Eu não quero uma vida Fast food!</a></h3>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: center;">
<span style="color: #474b4e; font-family: Helvetica;">Eu não quero uma vida fast food.<br />Não vou fazer amor com seu dinheiro.<br />A minha alma não está a venda no mercado.<br />meus medos não flutuam com o câmbio.<br /><br /><br />Não quero uma vida financiável.<br />Viver aos poucos em suaves prestações.<br />Fingindo orgasmos<br />Fingindo que sou o que não sou.<br /><br />Não vou viver dando risadas falsas<br />Nem ocultando o choro<br />Reprimindo o grito<br />A minha fúria não é negociável.<br /><br />Não vou vender meu tempo baratinho<br />Mais uma peça na linha de produção<br />Não vou deixar que me tratem como máquina<br />e atirem ao lixo o que ainda me resta de humano.<br /><br />Meus momentos de prazer e de orgia<br />Minhas horas de choro e de alegria<br />Isto eu não vendo, não troco, não financio.<br />Eu só dôo, empresto, e compartilho.<br /><br />Porque os juros do que não se fez<br />São exorbitantes<br />E um sonho não consumado<br />É impagável.<br /><br />Não se quita uma dívida com a vida.<br />Credora implacável<br />ela não aceita nenhum pagamento<br />além de si mesma.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: center;">
<span style="color: #474b4e; font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: center;">
<div style="text-align: start;">
Audrei Teixeira de Campos é escritora, historiadora e professora, membro da Associação Cultural Rastilho.</div>
<div style="text-align: start;">
Seu blog pessoal é: <a href="http://olampejo.blogspot.com/" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://olampejo.blogspot.com</a></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-45724891068748313932013-08-20T22:08:00.000-03:002013-08-20T22:11:02.192-03:00Deixa eu navegar nos teus braços<h3 style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: center;">
</h3>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<div>
</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Deixa eu navegar nos teus braços</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Flutuar no teu querer</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Mergulhar nos teus passos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Me afogar no teu ser</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Deixa eu transpirar nos teus sentidos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
em teu corpo convexo</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Suspirar nos teus gemidos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
e gozar no teu sexo</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Deixa eu passear na tua pele quente</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Em teu âmago clandestino</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Viajar no teu olhar ardente</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
E me perder no teu destino</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Deixa eu sugar a tua língua</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
E sorver a tua boca</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Pra eu não morrer à míngua</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Dessa fantasia louca</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Deixa eu viver nas tuas pernas</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Reviver no teu espasmo</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Ironia pós-moderna</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Transcender no teu orgasmo.</div>
</div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br /></span>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
Audrei Teixeira de Campos é escritora, historiadora e professora, membro da Associação Cultural Rastilho.</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
Seu blog pessoal é: <a href="http://olampejo.blogspot.com/" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://olampejo.blogspot.com</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-78162500513901382292013-08-20T22:07:00.005-03:002013-08-20T22:11:13.473-03:00 Eu vou te tomar de assalto!<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br />
Eu vou te tomar de assalto!</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Como o proletariado em Paris.</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Derrubar teus muros</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
como os jovens de Berlim</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Saquear teu corpo</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Sitiar a tua alma</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
E te cobrir de flores</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Como numa primavera em Praga.</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Vou erguer barricadas</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
e trazer à tona todo o Amor</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
reprimido pelo asfalto.</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Vou cantar hinos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Palavras de ordem</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Proclamando meu domínio sobre ti.</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Vou me perder em teus braços</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Para me reencontrar</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
um novo ser</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
numa nova sociedade</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
A Utopia</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
A Ilha de Lesbos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
O Eldorado</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Vou fazer do meu poema um grito</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
pelos oprimidos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Fazer do meu poema um pranto</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
pelos vencidos</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Fazer do meu poema um canto</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
de louvor e adoração</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
ao teu Ser</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Fazer deste poema um manifesto</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
à favor do nosso Amor.</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<div style="text-align: start;">
Audrei Teixeira de Campos é escritora, historiadora e professora, membro da Associação Cultural Rastilho.</div>
<div style="text-align: start;">
Seu blog pessoal é: <a href="http://olampejo.blogspot.com/" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://olampejo.blogspot.com</a></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-41639956220404945492012-06-25T15:16:00.000-03:002012-06-25T15:16:16.936-03:00Debate: Foto ou pintura, o que é arte no mundo digital?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-zg1qKtKoGiU/T-iqsDcHp4I/AAAAAAAAA9s/-RnYHOXjeD4/s1600/Cartaz+virtual+Expositores+-+Mogi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-zg1qKtKoGiU/T-iqsDcHp4I/AAAAAAAAA9s/-RnYHOXjeD4/s400/Cartaz+virtual+Expositores+-+Mogi.jpg" width="296" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Associação Cultural Rastilho (A.CURA) promoverá a segunda edição do debate e exposição “Foto ou pintura, o que é arte no mundo digital?”. O que é arte? Alguém pode se pronunciar sobre isso? Em uma era onde tantas pessoas possuem máquinas digitais, celulares com câmeras, e onde artistas investigam possibilidades de ser criar obras a partir de tecnologias que usam luz, softwares, entre outros recursos, como fica o conceito de criação artística? As redes sociais na web estão repletas de álbuns, o instagram transforma fotos cotidianas em imagens especiais. O fotógrafo profissional está perdendo o seu crédito e espaço. Esse desabafo e outras questões relacionadas estarão presentes nessa segunda edição do debate que foi sucesso em Suzano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na mesa estarão presentes a fotógrafa Jackeline Lima, o fotógrafo Cauê Godinho, os artistas plásticos Aline Balibardin e Roberto de Lima Dorta do ponto de cultura Associação Suzanense de Artistas Plásticos (ASAP) e os professores e filósofos Marco Maida e Cláudio Domingos. A associação A.CURA, antes conhecida como Grupo Literário Rastilho, já atua na cidade há algum tempo promovendo debates e eventos culturais, além de estar desenvolvendo projetos para publicação de obras de escritores da região. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na exposição estarão presentes doze obras dos artistas da ASAP, além de fotografias de Cauê Godinho e Jackeline Lima. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais informações pelo e-mail: a_curasuzano@hotmail.com</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-21003311255295366472012-04-24T21:22:00.000-03:002012-04-24T21:30:53.638-03:00Tarde de autógrafos da A.CURA no Salão do Livro!<div style="padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; width: 410px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto; padding-top: 0px" id="scid:66721397-FF69-4ca6-AEC4-17E6B3208830:49869141-64aa-49e3-b7b3-566eda119726" class="wlWriterEditableSmartContent"><table border=0 cellspacing=0 cellpadding=0 style='outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:0px;width:410px;border-collapse:collapse;'><tbody><tr><td style='margin:0px;padding:0px;outline:none;border-style:none;width:auto'><a style="outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:0px;" target="_blank" href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=play&resid=981B6E2A26786470!201&type=5&authkey=!AO_V1D4NXRYvE5M&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos"><img style="outline:none;border-style:none;padding:0px;margin:0px;border:0px;background:none;background-image:none;vertical-align:bottom;" alt="Exibir álbum" title="Exibir álbum" src="http://lh4.ggpht.com/--7jIg8ncwjM/T5dFufPDx2I/AAAAAAAAA4Y/DHXDpuIhp9c/Autogr%2525C3%2525A1fos%252520dos%252520autores%252520da%252520A.CURA%252520no%252520Sal%2525C3%2525A3o%252520do%252520Livro%252521%25255B10%25255D.jpg?imgmax=800" /></a><div style='width:410px;text-align:center;overflow:visible;padding:0px;margin:0px;'> <div style='width:410px;overflow:visible;'><a style="text-decoration:none;" href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=browse&resid=981B6E2A26786470!201&type=5&authkey=!AO_V1D4NXRYvE5M&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos" target="_blank"><span style="line-height:1.26em;padding:0px;width:410px;font-size:26 pt;font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;" defaultText="Inserir nome do álbum aqui">Autógrafos dos autores da A.CURA no Salão do Livro!</span></a></div> <div style="text-align:center;padding:9px 0px 0px 0px;margin:0px 0px 0px 0px;font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;"> <table border=0 cellspacing=0 cellpadding=0 style="text-align:center;width:auto;margin-left:auto;margin-right:auto;padding:0px;outline:none;border-style:none;border-collapse:collapse;"> <tr> <td style="vertical-align:top;outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:6px 12px 6px 0px;"><a href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=play&resid=981B6E2A26786470!201&type=5&authkey=!AO_V1D4NXRYvE5M&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos" border="0" target="_blank" style="font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;outline:none;border-style:none;text-decoration: none;padding:0px;margin:0px;">EXIBIR APRESENTAÇÃO DE SLIDES</a></td> <td style="vertical-align:top;outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:6px 0px 6px 0px;"><a href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=downloadphotos&resid=981B6E2A26786470!201&type=5&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos&authkey=!AO_V1D4NXRYvE5M" border="0" target="_blank" style="font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;outline:none;border-style:none;text-decoration: none;padding:0px;margin:0px;">BAIXAR TUDO</a></td> </tr> </table> </div> </div></td></tr></tbody></table></div> <p align="center"><font size="4">Confira aqui as fotos da tarde de autógrafos dos autores da Associação Cultural Rastilho, no 1º Salão Internacional do Livro em Suzano, no dia 18/04/2012.</font></p> <p align="center"><font size="4">Essa tarde foi uma das mais inesquecíveis para o nosso grupo, pois recebemos a visita de professores e alunos da rede pública municipal interessados em tirar todas as suas dúvidas sobre a vida dos escritores, sobre a arte de escrever, a importância da leitura e tantas outras indagações que renderam um bate-papo gostoso e um convite para que a A.CURA faça uma visita lá onde os alunos estudam! <img style="border-bottom-style: none; border-left-style: none; border-top-style: none; border-right-style: none" class="wlEmoticon wlEmoticon-smile" alt="Alegre" src="http://lh4.ggpht.com/-cpKh5c264gA/T5dFvDyAWKI/AAAAAAAAA4g/TPVlWprLgcE/wlEmoticon-smile%25255B2%25255D.png?imgmax=800"></font></p> <p align="center"><font size="4"></font> </p> <p align="center"><font size="4">É é claro que já aceitamos!</font></p> <p align="center"><font size="4">Grande abraço da A.CURA!</font></p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-38205480616632945132012-04-24T09:25:00.001-03:002012-04-24T09:32:01.615-03:00Como foi o sarau da A.CURA no Salão do Livro!<p> </p> <div style="padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; width: 410px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto; padding-top: 0px" id="scid:66721397-FF69-4ca6-AEC4-17E6B3208830:c550d890-a206-4ff7-86c1-57e0b0067d24" class="wlWriterEditableSmartContent"><table border=0 cellspacing=0 cellpadding=0 style='outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:0px;width:410px;border-collapse:collapse;'><tbody><tr><td style='margin:0px;padding:0px;outline:none;border-style:none;width:auto'><a style="outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:0px;" target="_blank" href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=play&resid=981B6E2A26786470!113&type=5&authkey=!AE80A7Sj-ADZ1_o&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos"><img style="outline:none;border-style:none;padding:0px;margin:0px;border:0px;background:none;background-image:none;vertical-align:bottom;" alt="Exibir álbum" title="Exibir álbum" src="http://lh3.ggpht.com/-XEKtU2mpGAo/T5ab0qQiueI/AAAAAAAAA4M/RjoorKnlhWM/Sarau%252520Venha%252520para%252520a%252520cama%252520com%252520a.cura%252521%25255B8%25255D.jpg?imgmax=800" /></a><div style='width:410px;text-align:center;overflow:visible;padding:0px;margin:0px;'> <div style='width:410px;overflow:visible;'><a style="text-decoration:none;" href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=browse&resid=981B6E2A26786470!113&type=5&authkey=!AE80A7Sj-ADZ1_o&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos" target="_blank"><span style="line-height:1.26em;padding:0px;width:410px;font-size:26 pt;font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;" defaultText="Inserir nome do álbum aqui">Sarau: Venha para a cama com a.cura!</span></a></div> <div style="text-align:center;padding:9px 0px 0px 0px;margin:0px 0px 0px 0px;font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;"> <table border=0 cellspacing=0 cellpadding=0 style="text-align:center;width:auto;margin-left:auto;margin-right:auto;padding:0px;outline:none;border-style:none;border-collapse:collapse;"> <tr> <td style="vertical-align:top;outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:6px 12px 6px 0px;"><a href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=play&resid=981B6E2A26786470!113&type=5&authkey=!AE80A7Sj-ADZ1_o&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos" border="0" target="_blank" style="font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;outline:none;border-style:none;text-decoration: none;padding:0px;margin:0px;">EXIBIR APRESENTAÇÃO DE SLIDES</a></td> <td style="vertical-align:top;outline:none;border-style:none;margin:0px;padding:6px 0px 6px 0px;"><a href="https://skydrive.live.com/redir.aspx?cid=981b6e2a26786470&page=downloadphotos&resid=981B6E2A26786470!113&type=5&Bsrc=Photomail&Bpub=SDX.Photos&authkey=!AE80A7Sj-ADZ1_o" border="0" target="_blank" style="font-family:'Segoe UI', helvetica, arial, sans-serif;font-size:8 pt;outline:none;border-style:none;text-decoration: none;padding:0px;margin:0px;">BAIXAR TUDO</a></td> </tr> </table> </div> </div></td></tr></tbody></table></div> <p align="center"><font size="4">A.CURA também participou do 1º Salão Internacional do Livro em Suzano! Confira as fotos e veja o que nós aprontamos por lá! Teve até cama no cenário e tudo! <img style="border-bottom-style: none; border-left-style: none; border-top-style: none; border-right-style: none" class="wlEmoticon wlEmoticon-smile" alt="Alegre" src="http://lh6.ggpht.com/-setxy5n1rt4/T5adQIPPSzI/AAAAAAAAA4Q/a79IUIOtVVs/wlEmoticon-smile%25255B2%25255D.png?imgmax=800"></font></p> <p align="center"><font size="4">Agradecemos todos que participaram do Sarau, que mostraram um pouco do seu trabalho e que vieram prestigiar nosso grupo! Agradecemos os e-mails que estamos recebendo e estamos muito felizes em descobrir tantos talentos escondidos que agora irão começar a mostrar suas obras!</font></p> <p align="center"><font size="4">Logo vamos ter mais bagunça, aguardem!</font></p> <p align="center"><font size="4"></font> </p> <p align="center"><font size="4">Um grande abraço da Associação Cultural Rastilho!</font></p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-60624550478948596802012-04-13T11:30:00.003-03:002012-04-13T11:43:44.445-03:00A.CURA estará presente no Salão do Livro em Suzano!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-aZh8lEnEqnc/T4g1v6w79GI/AAAAAAAAA3s/KVlHNQAkuws/s1600/LivroEmkt2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://2.bp.blogspot.com/-aZh8lEnEqnc/T4g1v6w79GI/AAAAAAAAA3s/KVlHNQAkuws/s640/LivroEmkt2.jpg" width="448" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.suzano.sp.gov.br/livro/3programa.htm" target="_blank"><span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Confira a programação completa desde evento aqui!</strong></span></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></strong></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<br />
<a href="http://www.suzano.sp.gov.br/livro/index.htm?__akacao=805343&__akcnt=04bfa13e&__akvkey=1ee1&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Abertura+-+Sal%E3o+do+Livro+de+Suzano" target="_blank"><span style="color: #454dda; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong></strong></span></a></div>
<div style="text-align: center;">
<strong><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;">Amigos,
estaremos presentes no 1º Salão nternacional do Livro em Suzano,</span><span style="color: black;">
nos dias 15 e 18/04! </span></span></span></strong></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><strong>Dia 15/04, às 17h será o Sarau A.CURA, não perca!</strong></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Dia 18/04 às 16h será nossa tarde de autógrafos, estarão presentes:</strong></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span></div>
<ul><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<li><div style="text-align: left;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Cláudio Domingos Fernandes (Livro Vacuos Mundi)</strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></li>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<li><div style="text-align: left;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Marco Aurélio P. Maida (Livro Memórias de Onã)</strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></li>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<li><div style="text-align: left;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Lygia Canelas (Livro Vestígios)</strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></li>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<li><div style="text-align: left;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Hélcio Lopes (Livro Desnudo)</strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></li>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<li><div style="text-align: left;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Cícero Tavares e Renata Pinheiro (Livro VERSOnhos)</strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></li>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">
</span></ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Imprima o folheto abaixo e leve no estande da A.CURA no Salão do Livro em Suzano, com ele vc ganha 5 reais de desconto na compra dos nossos livros, leve qualquer um por apenas R$ 10,00!</strong></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Desconto para estudantes e professores!</strong></span></div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><strong>Nosso estande tem o nome "Autores Regionais" :)</strong></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-X0JDLI58TTQ/T4g4VkMs3XI/AAAAAAAAA30/hk7IwQg624g/s1600/Folheto+A-CURA+Desconto+colorido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="310" src="http://2.bp.blogspot.com/-X0JDLI58TTQ/T4g4VkMs3XI/AAAAAAAAA30/hk7IwQg624g/s400/Folheto+A-CURA+Desconto+colorido.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong></strong></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong></strong></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong><div style="text-align: center;">
<div>
</div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-large;">Conheça nossas publicações </span><a href="http://acurasuzano.blogspot.com.br/p/publicacoes.html" target="_blank"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-large;">aqui</span></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-large;">:</span> <br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Veja a programaçãop de eventos dos autores regionais!</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-dLH43y1S3AY/T4g7Va3aHaI/AAAAAAAAA38/k-0kFW6jk8U/s1600/Programa%C3%A7%C3%A3o_autores_regionais_no_Sal%C3%A3o_do_Livro.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="522" src="http://1.bp.blogspot.com/-dLH43y1S3AY/T4g7Va3aHaI/AAAAAAAAA38/k-0kFW6jk8U/s640/Programa%C3%A7%C3%A3o_autores_regionais_no_Sal%C3%A3o_do_Livro.png" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
</div>
</div>
</strong><div style="text-align: center;">
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</div>
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<div>
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</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-81718912046284429422012-03-28T12:27:00.003-03:002012-03-28T15:38:25.737-03:00CURSO DE FILOSOFIA<h6 class="uiStreamMessage uiStreamHeadline">
<span style="color: #0b5394;">
</span></h6>
<h6 class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}" style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A A.CURA está oferecendo um CURSO DE FILOSOFIA, ministrado por Cláudio Domingos Fernandes </span><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">e Marco Aurélio Pinheiro Maida.</span></span></span></h6>
<h6 class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}" style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"></span> </span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O curso será realizado aos sábados das 18h30 às 20h na Associação Cultural Opereta e</span></span><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> terá início em abril aos sábados das 18h30 às 20h. </span></span></span></h6>
<h6 class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}" style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0b5394; font-size: large;">Os interessados em participar favor preencher os seguintes dados e enviar para: acopereta@gmail.com ou cdomingosfernandes@uol.com.br com o título "Inscrição Filosofia".<br /> <br /> No primeiro encontro, marcado para 14 de abril às 18h30, é necessário apresentar cópia de RG e de comprovante de end</span></span><span class="text_exposed_show"><span style="color: #0b5394;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">ereço.<br /> <br /> NOME:<br /> <br /> Data de Nasc.:<br /> <br /> ENDEREÇO:<br /> <br /> TELEFONE:<br /> <br /> CELULAR<br /> <br /> BAIRRO:<br /> <br /> CEP:<br /> <br /> CIDADE:<br /> <br /> EMAIL:<br /> <br /> ESCOLARIDADE:<br /> <br /> OFICINA: CURSO DE FILOSOFIA<br /><br /><br /> Obs: A Associação Cultural Opereta pede a colaboração com a doação de copos descartáveis, ou produtos de limpeza ou folhas de sulfite.</span> </span></span></h6>
<h6 class="uiStreamMessage uiStreamHeadline" style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
</span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Informações 46</span></span><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">34-2459. Inscrições 4638-2700 das 13h às 17h.</span></span></span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
</span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-family: Arial; font-size: large;">Conheça mais sobre os professores:</span></span></span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
</span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><em><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Marco Maida é suzanense, formado em Filosofia
pela Faculdade Paulo VI em Mogi das Cruzes - SP, e mestrando em Educação pela
Universidade de São Paulo - FE - USP. Em 2011 publicou seu primeiro livro "Memórias de Onã", saiba mais, clique <a href="http://acurasuzano.blogspot.com.br/p/publicacoes.html" target="_blank">aqui</a>.</span></em></span></span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
</span></h6>
<h6 style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Cláudio Domingos Fernandes nasceu e mora na
cidade de Poá-SP., é escritor, professor de Filosofia formado pela
</span></i><i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Faculdade Paulo VI em Mogi das
Cruzes - SP.Em 2011 publicou seu primeiro livro "Vacuos mundi", saiba mais, clique <a href="http://acurasuzano.blogspot.com.br/p/publicacoes.html" target="_blank">aqui</a>.</span></i></span></span></h6>
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<h6 class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}">
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</span></h6>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-70739199756595457912012-02-21T11:41:00.003-02:002012-02-21T14:20:53.162-02:00A.CURA na rádio Transcontinental hoje!<a href="http://1.bp.blogspot.com/-i15-FeQo4b4/T0OewjLYz4I/AAAAAAAAAbs/T1ufNKiHo-k/s1600/Transcontinental.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-i15-FeQo4b4/T0OewjLYz4I/AAAAAAAAAbs/T1ufNKiHo-k/s200/Transcontinental.gif" width="120" /></a> <br />
<br />
Hoje a A.CURA estará na rádio Transcontinental FM (104,7) por volta das 17h contando um pouco sobre quem somos e que projetos desenvolvemos! A entrevista será transmitida no programa Bagunça Geral que é transmitido em UHF de segunda a sexta-feira, das 16h às 17h, no canal 15.<br />
<br />
<br />
Abraços,<br />
<span style="text-align: center;">Lygia Canelas </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-57263179419066882402012-02-14T13:02:00.000-02:002012-03-15T14:36:15.437-03:00Marilu, olhos e flores<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Acorda, Malu! Acorda! – disse Sara, sacudindo, apressada e bruscamente, o seu ombro.<o:p></o:p> <br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
- Está chegando outro paciente.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
Marilu abriu os olhos, assustada – começava a sonhar. As pálpebras pesavam como se estivessem suspensas por chumbos. Sentia-se perdida, confusa, mas, de súbito, a consciência se recobrou, treinada pela rotina do ofício de enfermeira.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
Olhou, automaticamente, o relógio de pulso: vinte e uma horas e vinte e sete minutos. “Não dormi nem trinta minutos, esses plantões ainda vão me matar” – reclamou para si mesma em pensamento, enquanto fazia homérico esforço para se levantar. “Ainda falta mais de uma hora para o fim do martírio” – lamentou, no momento em que suas autoqueixas foram interrompidas pela voz insistente da companheira:<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Apressa-se! O sujeito tomou dois tiros... vamos pra sala de cirurgia. Vai!<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 0cm; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Estou indo. Estou indo – respondeu sem vontade, fazendo uma careta de nojo por<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>causa do café frio e passado que engolia, porém este, apesar do mau gosto, tinha certo efeito animador. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 18pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
....................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
....................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<br /></div>
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<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
Vinte e duas horas e quarenta minutos. Marilu descia o elevador do Hospital Carmino Caricchio do bairro Tatuapé. Tinha acabado de passar o plantão para a sua substituta. “Doze horas: só louco trabalha doze horas seguidas” – censurava-se ao acender um cigarro e cumprimentar o segurança. Como era de praxe, andava aqueles três quarteirões até a estação Carrão do metrô, cheia de piedade e crítica para consigo mesma: era seu meio de não pensar no cansaço do corpo, seu automatismo fisiológico inconsciente. “Ataxia, gastrostomia, nevralgia, mielografia, hiponatremia... ah... não agüento mais tantos ias... um dia mando tudo pro espaço... é... esse paciente não tinha jeito, dois balaços no peito, pulmão direito perfurado, traumatismo na quarta vértebra torácica, vários outros órgãos danificados seriamente, e ainda era hemofílico o azarado... foi melhor que se fosse de uma vez: era caso de coma <i>dépassé, </i>viraria um vegetal. Teve sorte o pobre diabo”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
E assim dava passo após passo, sem se dar conta do estado deprimente em que se encontrava. Só voltava a si já no vagão do trem, quando via seu reflexo no vidro: as enormes olheiras, o rosto como que se tivesse acabado de sair de um campo de batalha, a fisionomia triste e agastada.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 27pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 27pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
Vinte e duas horas e cinqüenta e oito minutos.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Tim! Tom! Estação Tatuapé – anunciava a voz do operador do trem, voz que sempre a<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
acordava.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
“Por que essa maldita voz?! Como odeio essa estação. Lá vêm todos aqueles adolescentes com sorrisos nos lábios e bradando, em vez de conversarem. São uns tolos mal educados” – pensou zangada.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Marilu não suportava a alegria banal dos jovens: sempre a tornava nostálgica. Ela um dia fora assim. Jovem, bela, feliz. Mediocremente tola e feliz. Achava que tinha sido enganada. E, para piorar, acreditara nas mentiras. Todos os familiares, amigos, conhecidos, tinham lhe dito:<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Como você é linda Marilu...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Vai se dar bem na vida...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Vai se casar com um ricaço...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Vai ser modelo...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Vai virar atriz de novela...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Marilu não compreendia porquê não era feliz. Está certo que ela não buscou na sua vida nenhuma dessas profissões glamourosas, nenhum marido rico. “Mas essas coisas não se buscam” – era como se confortava. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quando via essas belas raparigas, lembrava-se da sua própria beleza de outrora. Como fora bela aquela Marilu. Não que ainda não tivesse beleza, mas como fora bela. Tinha olhos negros como o céu de noites sem lua e estrelas. O rosto bem feito e delicado. O nariz era uma hipótese de porcelana no seu rosto largo, de tão pequenino. A boca carnuda, sensual, fugidia. Belos cabelos negros e lisos como os de Iracema de Alencar. Corpo magro e bem torneado. Falanges um pouco compridas em braços que poderiam ser confundidos com o pescoço dos cisnes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ah... seus olhos arredondados e ligeiramente puxados... assemelhava-se a rainha do Egito Antigo. “Eu era mais bela que todas essas menininhas. Não existia um só rapaz que não me desejasse. Por que não fui feliz?” – indagava-se.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Logo que seu inconveniente reflexo aparecia no vidro, como uma imagem não autorizada, porém necessária, Marilu encontrava um motivo: “Estou péssima. Cadê aquele brilho que carregava nos olhos... só me resta olhos sem paixão” – sentenciava-se, fechando-se na própria tristeza, diria uma flor que pressente a chegada do inverno. Esquecia-se do rosto que já não era tão bem marcado. Do atual cabelo curto e prático, como a sua vida. Dos lábios descorados. Do nariz, que num rosto mais maduro e cheio, parecia se negar a existir. Como todo o resto custava a acontecer. E do corpo, que como a alma, estava fatigado, com uma dose a mais de tecido adiposo, e já não mais exalava a doçura das aves em vôo.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Vinte e três horas e dezesseis minutos. Marilu desperta na parada da Estação Bresser. Pegara no sono. Seus olhos permanecem turvos por alguns instantes. Quando vê a placa com o nome da estação, lamenta: “Ainda aqui... até chegar no Paraíso... que droga: tenho que fazer baldeação”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No momento em que vira a cabeça para conferir as horas no relógio de pulso, vê um jovem sentado no banco em frente. Ele lê um livro. Parece calmo e distante. Cabelos compridos e desenvoltos, belo rosto, corpo bem feito e que incomparável par de olhos possui aquele jovem. Marilu sente-se hipnotizada: “Que belo rapaz. Que olhos brilhantes: parecem faróis numa praia noturna e deserta. Como é bonito... e tão jovem”. Nesse exato instante algo guardado no mais fundo de si renasce. Algo que ela escondera tão disfarçadamente que jamais encontrara. Sentiu como que um vulcão dentro do peito. Um vulcão há muito adormecido, que agora começava a quebrar a crosta que sua própria lava formou. É quase impossível descrever o que ela sentia. Era algo como uma tempestade, um grito agudo e dolorido, dois tiros no peito, uma vida renascendo enquanto outra acabava de se esvair, uma sutil rosa que começava a se abrir com o suave sopro da primavera. “Estou apaixonada...” – suspira Marilu para o próprio coração, que parecia exigir uma resposta do porquê voltava a funcionar, depois de anos de inércia. “Está lendo Pessoa. Gostava tanto de Pessoa. Como eram aqueles versos? Deixe-me lembrar:<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
‘Não quero rosas, desde que haja rosas.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quero-as só quando não as possa haver.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Que hei de fazer das coisas<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Que qualquer mão pode colher?’<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
O rapaz é um romântico: sempre esperei um belo poeta.”<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Subitamente Marilu parecia mais desperta do que nunca. Tão desperta que se viu a olhar para o rapaz, viu seu vulto de mulher apaixonada. Sua espera, todas as suas recusas pareceram se justificar. Sentiu as pernas moles (de cansaço ou de susto?), o coração pulsava-lhe a mil. Também viu que o rapaz a olhou de soslaio e esboçou um leve e malicioso sorriso. Desviou o olhar que não durou mais que alguns segundos. Olhou para o lado, viu que uma senhora a observava e corou violentamente. E violentamente sentiu-se envergonhada, invadida e profanada. “Que velha enxerida, vai cuidar da sua vida... mas... mas... talvez ela tenha razão. Como pode uma mulher de quase quarenta anos se apaixonar por um rapazola que não parece ter mais de vinte e cinco?” – refletiu num misto de ódio, rancor e agradecimento. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Marilu deu mais uma olhadela para o rapaz, que retribuiu o olhar. Aqueles dois faróis romperam a negra névoa que cobriam os seus olhos, adentraram em sua retina. Eram demasiado poderosos e ofuscantes. Ela lembrou-se do seu rosto cansado, da sua perdida beleza. Ela se cegou. Abaixou de supetão as pálpebras. Ainda pode ver os últimos raios daqueles dois sóis: o crepúsculo inigualável nos mares. Engoliu um soluço seco e pegadiço. Pensou: “Não, ele zomba de mim, deve ser um sádico”.E fechou-se novamente.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Vinte e três horas e vinte e oito minutos. O trem diminui a velocidade. Marilu continua com os olhos cerrados: tem medo de abri-los e não mais encontrar o rapaz. Fingia dormir, mas todo o sono passara. Passara ela num turbilhão de pensamentos nos últimos minutos: furacões de lembranças, maremotos de anseios, suturas de tecidos rasgados à faca, olhos de pacientes, olhos de crianças, idosos, mendigos, olhos de mortos e de sangue, olhos e mais olhos, tépidas angústias, oprobriosos desejos, flores se abrindo, pétalas fechando-se, inverno, primavera, oceanos, geadas, cubarins, taquicardia, AVC, ataques crônicos de pânicos, poetas e mais poetas, versos e mais versos, recordações de infância, mãe que se foi, pai moribundo, irmãos que não teve, e olhos, olhos de cão, de médicos, de menina chorando sobre o cadáver da mãe, olhos negros e perdidos nas rodas da alma, olhos dos filhos que poderia ter tido, olhos mortos, olhos vivos, soromas, flores, versos, azaléias azuis como o mar, orquídeas roxas como a cianose, liberdade, olhos da liberdade, escolhas, rosas escarlates, hemoglobina, curativos, fome de amor, olhos de amor, olhos da noite, solidão, olhos mortos, flores, olhos mortos das flores.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O trem está cada vez mais lento. Ela sabe que aquela odiosa e aborrecedora voz surgirá depois do apito. Deseja no mais íntimo do seu ser que a voz diga: “Por problemas técnicos, o trem ficará com as portas fechadas e parado por toda a eternida...” Mas, antes de concluir o desejo ouve o apito, estremece. A voz diz:<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt 43.5pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 43.5pt; text-align: justify; text-indent: -25.5pt;">
<span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span>Estação Sé. Desembarquem pelo lado esquerdo do trem.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Marilu sente as mãos em estado de hipotermia, o pulso sofre nítida braquicardia, a respiração parece entrar em apnéia e o coração, por vontade própria, pára. Aflita, abre os olhos. Lá está o poeta. Fecha graciosa e lentamente seu livro, suspira. Seus olhos perdem-se em devaneios. Parecem repletos de amor. Ela pensa que tem que descer nesta estação. Mas não quer. O rapaz não demonstra que descerá. Marilu tem incontrolável vontade de se levantar, e, inesperadamente, beijá-lo. O trem está quase parado. Ela se levanta. Olha novamente para os olhos do rapaz que estão lá: aquecendo sua inócua vida. O rapaz lhe sorri outra vez. Ela dá um passo. Depois outro. E mais outro. Ele como que a aguarda, sorridente no seu reino de beleza e juventude. Parece se sentir um Alexandre ou Kan ao final de uma batalha vencida. O trem pára. As pernas de Marilu, voluntariamente, desviam-se do trajeto traçado. Ela tenta resistir. Inútil. Um, dois, três, quatro passos. Já está fora do trem. Percebe braços lhe empurrando pelas costas. As pernas dão mais dois passos. Finalmente retoma o controle do corpo. Estanca-se. Ouve o apito. Vira-se imediatamente. Marilu vê a porta se fechando. Quer correr, segurar a porta, entrar no vagão, olhar nos olhos do rapaz, dizer-lhe: “meu amor, finalmente retornar-te”, beijar-lhe loucamente. Mas se recorda do seu tempo de beleza. De juventude. Vem a sua passiva memória o rosto de Júlio.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
“Quando eu tinha dezenove anos amava um rapaz tão belo como esse. Os olhos de Júlio eram tão fortes, seguros, tão lindos. Mas eu não fiquei com ele. Deixei que se fosse, e hoje...” – recordava-se, quando foi interrompida pelo estalar da porta fechada, o trem que começa a retomar sua marcha. Teve vontade de correr atrás do trem. Bater na porta. Bater e gritar. Gritar insanamente. Pular nos trilhos. Mas não o fez. Estava como que pregada ao chão: dir-se-ia que a gravidade a sucumbia. Um peso insuportável de tão leve nos ombros. Não correu, não gritou, não pulou. Somente acompanhou o trem com os olhos e pensou amargamente: “Jamais o encontrarei novamente”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quatro horas e trinta e nove minutos. Marilu abre os olhos drasticamente. Vacilante, perdida: estivera sonhando. Sua garganta está seca. Tem sede. “Onde estou?”. Olha para o teto escuro, imperceptível. Não compreende. Passa a mão na face para desanuviar os olhos. Tateia o rosto úmido. Lembra-se que chorou e enorme repulsa de si mesma a invade. “Estive chorando como uma menina” – acusa-se.<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Deitada de costas, estende o membro superior esquerdo, num gesto indeciso e vazio. Não apalpa nada além do lençol desarrumado. Fecha delicadamente as falanges, segurando o lençol em desespero contido. “Nada. Eu só. Eu comigo mesma”. Um buraco lhe domina o peito: vácuo. Distingue dois imensos olhos no teto negro. À sua consciência ressurgem fragmentos do sonho: olhos de Júlio, seus próprios olhos, olhos de mortos, olhos vivos, os olhos do rapaz do trem. Para afastar a visão do sonho, tenta reconstituir a face do rapaz, mas só se recorda dos olhos. Um soluço amargo, indesejado, repugnante, muito viscoso, perturba-lhe a faringe.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Uma lágrima escorre do seu sombrio olho. Lágrima de dor. De fugitiva. De estrangeiro desconsolado em terras distantes. O corpo clama por água. Seu corpo se ergue. Senta-se na cama e algo como uma pontada lhe penetra na nuca. Levanta-se. Começa a andar. “Malditas pernas” – pensa. Vai a cozinha. Abre a geladeira. As pálpebras se contraem em reação a luz daquela caixa do pólo. Sua mão que tateara no escuro do quarto e no da cozinha, agora tateia no claro da geladeira. Segura sem forças a garrafa de água. Bebe no gargalo. O frio da água corta-lhe a garganta como se bebesse cacos de vidro. Guarda a garrafa. Caminha até o banheiro sem ter pensado em ir ao banheiro. Abre a porta, acende a luz, distende as pálpebras com virulento esforço. Capta seu rosto triste no reflexo do espelho. No mesmo espelho surge seu uniforme branco de enfermeira, pendurado no espaço. Relembra-se que terá que voltar ao hospital, ao seu sufocante serviço. Apaga a luz. Sem pensar em nada vai até o quarto. Deita seu corpo nu e solitário na cama. Fecha os olhos negros.<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 200%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quatro horas e quarenta e sete minutos. Marilu adormece como uma flor que fecha, impetuosa e estranhamente, suas pétalas, por haver descoberto seu estado vegetal, diria um estado de coma auto-induzido, naquele fim de madrugada sem sonhos, olhos ou esperanças.<o:p></o:p></div>
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<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
FIM<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
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<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<o:p> Hélcio Lopes</o:p></div>
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<div align="right" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-14304736303250433822012-02-09T19:23:00.001-02:002012-02-09T19:24:20.664-02:00Dezesseis anos<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: #073763;"> </span></span></span></i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;">--- Faz tempo que a gente não fica assim... juntas, né? – disse sentando-se ao lado de Renata.</span></span></span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- É... nós precisamos colocar as fofocas em dia! Pena que hoje eu tenho inglês... Você tem alguma novidade? – enganchou-se nos braços de Luíza.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Deixa eu ver...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luíza procurava na mente algo pra contar e enquanto a semana retrocedia confusa em seus pensamentos, as duas começaram a balançar as pernas fazendo o colchão pulsar molemente. Estavam sentadas no beliche, no quarto de Luíza, na parte de baixo com as costas apoiadas na parede. Era ali naquele canto o qual sempre ficavam, como numa cabana... (quando eram menores, cobriam o beliche com lençóis e ali brincavam protegidas, misturavam-se com as bonecas e com os sonhos futuros diluídos numa simples brincadeira, toda menina um dia brinca de “casinha”). E ali costumavam passar horas conversando... sobre tudo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Hoje, esse “tudo” já não cabia nas poucas horas que lhes sobravam.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luíza sempre demorava a encontrar alguma coisa pra contar. Não que não houvesse nada pra contar, ou que não quisesse fazê-lo, mas é que a maioria dos fatos eram tão cotidianos, tão sem importância que Luíza não tinha grande interesse em recordar-se e repassá-los aos outros. Ou então, eram fatos angustiosos, ansiedades que a tanto custo mantinha guardadas, esperando que o tempo passasse e que pudesse sentir-se mais segura para confidenciá-las a alguém, talvez. E entre esses meditativos intervalos, Renata sempre iniciava algum assunto.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Sabe quem eu vi?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Quem?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- O Paulo!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Onde?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- É que foi assim: eu estava andando na rua da casa da minha tia e aí eu o vi. Ele estava com aquela menina esquisita!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Mas ele está ficando com ela?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Bom... Ah, com certeza! Aquele lá não passa uma semana sem estar com alguém.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- O Paulo é fogo né? Tá sempre apaixonado, sempre sofrendo... Eu já nem sei mais quantas vezes ele já encontrou e desencontrou as almas gêmeas dele...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Não sei como ele não se toca!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficaram alguns instantes em silêncio. Preocupada em parecer interessada na conversa Luíza comentou:</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Um dia, quando ele se apaixonar de verdade, nem vai perceber.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- O pior é quando ele vem dizer pra<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>gente que “dessa vez ele encontrou a menina certa”!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vendo que a amiga continuou o assunto, resolveu complementar:</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Sabe que eu já nem sei quando é que ele está apaixonado, ou quando está sofrendo! As coisas com ele acontecem tão rápido... que eu acho que ele se apaixona e sofre ao mesmo tempo!</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Riram as duas. Renata começou a contar o que estava fazendo em casa antes de se encontrar com Luíza.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">“Gozado! Os fatos, por mais comuns que fossem, sempre pareciam ter mais importância ou uma importância diferente quando narrados pela Renata. Acho que é o jeito único e expressivo que ela tem, que faz com que eu não me importe em ouvir. Sou do tipo que gosta de escutar as pessoas, talvez assim eu nunca precise falar muito. Eu pensava muito antes de falar alguma coisa e as pessoas não têm paciência para esperar, interpretam qualquer pausa como o fim de uma fala e se põe desesperadas a falar para preencher qualquer vazio constrangedor. Ela tem uma alegria e um brilho nos olhos ao contar sobre a vida comum... Era uma das coisas que mais admirava na Renata. Deixar de lado um pouco as complexas filosofias, e observar apenas a vida que corre cíclica e viciosamente; a vida que é igual pra toda a gente, a vida comum de pessoas comuns e que são tão especiais por isso. Comigo é o contrário, minha cabeça parece uma máquina que pensa interminavelmente... pensa, pensa, pensa... e às vezes, aliás, muitas vezes, a vida parece não se incorporar aos meus espasmos racionalóides”.</span></span></i></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Rê, posso te fazer uma pergunta?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Claro!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Mudando totalmente de assunto... É, não é bem uma pergunta, é que acontece de vez em quando uma coisa esquisita comigo...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- O quê? – virou para Luíza<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Eu fico imaginando minha mãe morta.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Ai que horror!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Não, calma! Peraí, deixa eu explicar...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luíza mergulhou os olhos num vazio profundo, não parecia enxergar o que estava a sua frente, mas parecia ter os olhos voltados para dentro como se estivesse a assistir imagens dentro da mente hipnotizada...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Sabe...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Respirou largamente, em seguida pôs-se a falar como se estivesse a descrever um cen</span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">ário.</span></span></span></div><div class="Textbodyindent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-style: normal;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>---...Eu nunca perdi nenhum parente, nenhum amigo... nem mesmo algum conhecido com quem eu tivesse mais amizade... A morte nunca esteve perto de mim... Graças a Deus! E nem quero que esteja, não é isso!</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Renata o</span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">uvia atentamente o que Luíza dizia, mas não pôde conter um olhar fugidio até o relógio na escrivaninha... eram 14:32h. Mais um pouco e teria que ir embora, tinha curso de inglês às quatro horas da tarde, tinha ainda que passar na casa de sua avó para trocar de roupa e pegar seus livros.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Não é de hoje que, de repente, assim do nada, eu tenho imagens que entram na minha cabeça sem que eu tenha controle, sabe? Passam assim como se fossem cenas...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Você tem medo que a sua mãe morra, é isso?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Eu tenho muito medo disso, mas </span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">não é que eu pense que ela vá morrer, é mais do que isso... Eu sei que ela vai! Entende?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- Não... Não estou entendendo porque você está falando disso... Você está com uma expressão, com uma cara que eu nunca vi antes... credo! Você fala de um jeito tão bonito e difícil, devia ser poeta ou psicóloga como a sua mãe. - respirou longamente e concluiu – Bom, eu não sei se estou te entendendo direito Lú, o que eu entendi é que você anda com muito medo de acontecer alguma coisa com a sua mãe, é isso?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>“Era. Era? Não, era bem mais do que isso na verdade, mas como querer que ela entenda, se nem mesmo eu entendo muito e também não sei explicar, e também eu não queria explicar nada, eu nem devia ter dito nada... É por isso que a Renata me irrita às vezes... eu tenho sempre que ter algo de novo pra contar... Acabo contando essas coisas que eram pra ficar apenas dentro de mim... e agora estão lá... Expostas, espalhadas pelo chão... o tempo escasso e eu sem saber como juntar tudo pra colocar novamente na minha mente do mesmo jeito em que estavam antes de falar qualquer coisa. Água, uma vez entornada toma a forma do recipiente em que está. Muito bem, então a forma agora era essa, eu tinha medo de que algo acontecesse com a minha mãe... Era isso também, e talvez, já que eu não entendo muito o que eu mesma estou sentindo seja bom que eu mantenha essa explicação comigo: eu tinha medo de que algo acontecesse com minha mãe. Era isso”.</i><span style="mso-tab-count: 2;"> </span></span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lá fora, pelo retângulo da janela do seu quarto, a cor da tarde era amarela, misturada ao verde do enorme jardim da frente, cheio de sombras agitadas, redondas, musgosas, no formato de pequenas folhas e galhos. Diversas flores e silhuetas de plantas de espécies variadas nimbadas de intensa luz solar. Ventava e tudo era calmo, amarelo acaramelado, cor de uma pêra madura. Um bafo morno e um cheiro verde da grama amolecida pelo sol das quinze horas.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Ninguém pode saber quando exatamente uma pessoa vai morrer, mas todos nós sabemos que vamos morrer um dia.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Haaa, mas até ai isso é normal né? Todo mundo morre... um dia...</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Mas por quê?</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Ué Luíza, porque sim, oras... É assim que acontece com todo mundo... as plantas, as células, sei lá mais o quê... Não fica pensando nisso não, sua mãe tá bem não tá? Então...</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px 1em -1.5pt; tab-stops: 34.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Queria perguntar à Renata como havia sido quando soube que sua avó havia falecido, mas seria chato trazer esse assunto pra ser esmiuçado, era recente e Renata adorava aquela avó.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px 1em -1.5pt; tab-stops: 34.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"></span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>E agora começa a idade onde se passa a ter segredos só nossos, onde realmente se tem coisas que não se quer contar...</i><o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dezesseis anos. Indivíduo.</span></span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A mente se desenvolve, se desabrocha,<o:p></o:p></span></span></span></i></div><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> <i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;">se desemaranha, se desenreda... Adolescência.<o:p></o:p></span></i></span></span><br />
<span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> <span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>...<o:p></o:p></span></span></span><br />
<span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px 1em 37.25pt; tab-stops: 55.25pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Lú? Lú?</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- É, acho que é isso sim Renata. Mas deixa pra lá, medo bobo, essas coisas depois passam.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>--- É, não fica pensando nisso, coisa triste na cabeça a gente deixa passar que nem vento gelado... Nossa! - ri – Da onde eu tirei essa frase? - riem as duas.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luíza sentiu-se arrogante, Renata queria ajudar, queria entender, mas se nem mesmo ela própria entendia ou podia explicar, como podia se irritar com os outros por não compreenderem-na?</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Você quer comer antes de ir pra lá?</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Não Lú, não precisa, quando eu chegar eu como na minha vó. - levantou-se e foi até o sofá pegar sua bolsa – Passa lá depois!</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Eu tenho que esperar minha mãe chegar, senão ela fica brava de não me ver em casa nunca! - risos.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Tá bom, aí você me liga se você não for. - disse ajeitando a mochila nas costas.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Tá. É, deixa eu abrir a porta pra você, pra você voltar sempre. - sorri.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Então, qualquer coisa até daqui a pouco tá? Tchau!</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Tchau Rê, até.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficou esperando Renata sair pelo portão e só aí percebeu que nem foi até lá abrir para ela. Puxa, que falta de educação! Sou muito distraída mesmo...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Começou a ventar mais forte, agora a sombra começava a ficar verde com menos da luz morna do sol... é agora que começa a ficar <i style="mso-bidi-font-style: normal;">perigoso</i>, sem o amarelo, começa a escurecer rápido. Sua mãe sempre dizia que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">à noite as coisas</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sempre parecem piores. </i>Tão bom sentir o vento. Encostou a cabeça na porta semi-aberta e fechou os olhos. Seu cachorro veio lhe lamber os dedos dos pés, pulou na porta, sem conseguir atenção desistiu e voltou para o portão. Uma trança castanha clara desmanchando-se sobre o ombro direito de uma mocinha sonhadora e incontida. Existem rosas negras? Imaginou e desejou como uma criança um lindo buquê com muitas rosas aveludadas e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>negras, com nuances azuladas conforme absorvessem a luz. Queria naquele momento um buquê cheio de rosas negras.</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não se importou que alguém pudesse passar pelo portão e de repente ver uma garota de olhos fechados encostada à porta da sala e que parecia sonhar. O vento, o aroma, a prostração do corpo cansado, tudo era hipnotizador e confortável. Ali, envolvida daquela forma, percebeu que seus pensamentos começavam a surgir e a se desenvolverem, medrarem</span></span><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5508784011529281488#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoEndnoteReference"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 1.5pt;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">[i]</span></span></span></span></span></a><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">, como ramos e raízes que, sob feitiço, crescem e se espalham rapidamente.</span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Transida de assombro, percebeu a sua volta o silêncio humano, percebeu o movimento das coisas, os sons, e tentou sentir-se anulada de tudo aquilo, tentou perceber se essa anulação a faria sentir como se estivesse morta... Apenas um corpo que <i>está</i>, está no meio de toda a movimentação do que ainda é vivo; mas já não escuta, já não percebe, apenas está. Imóvel, como uma pedra deve ser. Aquilo que é duro, que é sólido e que não pulsa, que não tem vontade, no entanto, mesmo assim não espasma; que aduba e se torna parte da terra que ainda vive. O olho que não pisca, a saliva que resseca. A morte de um corpo humano.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> <span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>“Mas então <b>o que</b> é que percebe? Quem é que está percebendo algo nesse momento da morte? Minha alma dentro do corpo morto? A alma fora do corpo sem vida? Ou nesse momento sou terra, grama, ar, luz, e percebo o pleno, o todo,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>porque me torno parte dele? O solo se empresta a mim como uma incorporação de vida para que eu observe meu próprio encerramento humano? Tornarei-me solo. Ele me absorverá. </i></span></span></span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem haver Deus, ou céu, sem figuras divinas, sem planos espirituais, sem a luz branca, pura e forte como um túnel, sem imagens... apenas a matéria, a morte da matéria, a morte da alma que tento agora descobrir se também é matéria... o alívio de sair daqui; de deixar o corpo físico que tanto dói e pesa e ser apenas uma aragem morna sem muita personalidade, sem lembranças, sem vontades; seria o suficiente...</span></span></span></i></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu simplesmente deixo de ser? De ser o que gosto, o que prefiro, minhas escolhas, meu jeito de sorrir, de interpretar as coisas; deixo de ser o que estudei, o que li a vida toda e que gostei; tudo o que sonhei? Deixo de ser o que agora não vou mais realizar mas que sempre esperei? Simplesmente deixo de ser o que demorei aquele tempo todo para descobrir que eu era?</span></span></span></i></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os meus suicídios são mentais e não físicos; eu já tentei me matar algumas vezes mas fui socorrida a tempo por outros pensamentos, assim como quando se socorre rapidamente alguém que cortou os pulsos e se consegue salvá-la. Matar-me de verdade seria de alguma forma permitir/assumir a insanidade em mim”.<o:p></o:p></span></span></span></i></div><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Imaginou-se então em uma janela no alto de um prédio.</span></span></span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tentou pensar como um suicida: “Como alguém poderia ter a coragem de pular?” Há muitos que a possuem...</span></span></span></div><div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lembrou-se de uma palavra inventada por ela mesma depois de ler um romance de Machado de Assis.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">.<i>..</i></span><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">PRECIPIAR: v.i.1.Começar a se deixar envolver, consentir uma vertigem próximo a um</span></i></span></span></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">precipício ou penhasco ou qualquer lugar de grande altura em que a queda</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">seria fatal; grande perigo.2. Consentir; deixar</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">se envolver com algo</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">bastante perigoso</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">ou fatal.</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Espécie de “volúpia do</span></span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">aborrecimento” -</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">definição de Machado de</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Assis em Memórias</span></span></i></div><div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Póstumas de Brás Cubas.</span></span></i></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então estava no alto do prédio. É incrível como a consciência pode interferir na mente, mesmo entre as balbúrdias das confusões mentais: “<i>E se eu caísse? E se eu realmente caísse?”</i><o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>Poderia estragar tudo por causa de alguns minutos de insanidade e antecedentes meses de angústia. Será que aquele que está prestes a se jogar da janela de um edifício está sempre decidido ao suicídio? Será que ele não quer ou precisa somente sentir o perigo?</i><o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não parecia estar ali de verdade, era como se estivesse sentada um pouco mais atrás apenas assistindo a toda essa loucura, como a fantasia de enfrentar um perigo e embriagar-se de adrenalina. Sabia que não ía cair...”<o:p></o:p></span></span></span></i></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;">Porém, escorregou... caiu... esmagou-se<i> no duro ladrilho da calçada; pôde sentir o impacto e o quebrar do crânio, os olhos afundavam-se opacos e </i>sem vida, a olharem sem qualquer i<i>ntenção para o topo dos prédios que </i>pareciam curvados <i>para baixo</i> para v<i>er-lhe o corpo estirado. </i><span style="mso-bidi-font-style: italic;">S</span>entiu um grosso líquido,<i> </i>viscoso, vermelho e morno, escorrer-lhe entre o couro cabeludo <i>e teve a impressão de que o sangue vasava por de trás dos olhos esbranquiçados. Seu sangue </i>era grosso<i> e maltoso...<o:p></o:p></i></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não, eu nã</span></i><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;">o caí de verdade. Não, e<i>u não morri de verdade”.<o:p></o:p></i></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Filha?!<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Hã?! - o piso gelado acorda seu corpo.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Abre os olhos, percebe assustada que está no chão, está com a cara entre o piso da garagem e a grama do jardim. A partir desse instante a dor nos supercílios se manifesta.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">--- Que aconteceu, você caiu? Levanta meu anjo, vem! Ai meu Deus, deixa eu olhar! Você se cortou, olha aqui! Mas como é que isso foi acontecer menina?</span></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luíza levanta mecanicamente. Esteve realmente estirada no chão, em frente à porta. Leva os dedos para a sobrancelha direita e sente que está saindo sangue...<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p> </o:p></span></span></span><br />
<div align="right" class="Standard" style="margin: 1em 0px; text-align: right;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><em><span style="color: #073763;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Lygia Canelas<o:p></o:p></span></span></em></span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> <br clear="all" /> </span><br />
<span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></span><br />
<div style="mso-element: endnote-list;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="MsoEndnoteText" style="margin: 1em 0cm;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5508784011529281488#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #073763; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;">[i]</span></span></span></span></span></a><span style="color: #073763;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> Medrar: crescer, desenvolver-se (vegetais); ficar maior, progredir; ganhar corpo, desenvolver-se; sentir medo, apavorar-se.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: #073763;"> </span></div><span style="color: #073763;"> </span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-78210130206724112612012-02-09T16:15:00.001-02:002012-02-10T10:30:40.655-02:00Vermelho-fita dos lábios teus<div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;"> </span></span></i></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;"><i>Marco Maida</i><o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;"> Décimo dia do mês. Recebo o salário devido pelo meu esforço: uma troca, um contrato. Trato feito; trato com esse mundo. Finco os pés, reconheço-me força-trabalho, domado:qualquer coisa de selvagem em mim dorme. Melhor assim!<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;"> Décimo dia do mês. Com o soldo na mão saldo minhas dívidas. Fico sem saldo: vermelho. Meu sangue esvai-se em intermináveis horas de trabalho, salário, e enfim, com o sumo de mim, consumo o que me consome – serviços!<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;"> O que é necessário nem sempre é suficiente. Enquanto ando penso: o que é suficiente? Talvez um místico <i>sufi</i> que sabe bem das coisas. Adoro a tradição <i>sufi</i> no islamismo. Conheci um místico <i>sufi</i> em 2002: Mohamed AL Kabul, cego, casado, um visionário. Ele era suficiente, porque sabia que precisava de pouco para viver. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">O necessário não é suficiente, murmuro. Tenho desejos. Não consigo deixar de ser corpo e de permitir ao corpo a vontade. A vontade tem a ver com um movimento interno e é o corpo que impulsiona o complexo de elementos que constitui o ser humano a agir. O desejo é motivação externa, promove a vontade. A vontade é natural, até os animais são movidos pela vontade, mas tenho duvidas se lhes acontece o mesmo no âmbito do desejo. Esse está ligado a cultura, aos fluxos humanos que significam o mundo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Décimo dia do mês. A cidade parece mais tranqüila do que costuma ser. Arrisco entrar em uma loja para olhar a vitrine. Pouca gente transitava pelos corredores. Os vendedores ficavam pelos cantos falando amenidades. Adoro essa palavra: amenidades. Dá vontade de pronunciá-la com a boca cheia de pétala de flores. Sempre que ouço alguém pronunciando essa palavra posso jurar ver pétalas de flores escorrer-lhe pela boca. Passo os olhos pelos produtos encarcerados atrás da vitrine: vítimas do desejo ou sua objetivação? Não sei...; desço o olhar para verificar o preço de um produto e vejo uma fita vermelha caida no chão que corria para debaixo da vitrine. Decidi puxar a fita para entregá-la para uma das vendedoras, quem sabe ficaria por ali falando amenidades. Puxei a fita, resistiu. Obstinado aumentei a força; sem resultado. Olhei embaixo da vitrine para certificar-me se algo prendia a fita vermelha. Vi o rosto branco de uma Gueixa, ela segurava a fita vermelha em sua boca. Cabelo preto, volumoso e preso em coque; olhar lânguido, sugeria prazer. Seu rosto, branco como porcelana, fenômeno de si. A fita vermelha era uma extensão de seus lábios. Segurei firme a fita e puxei com a intenção de salvar a Gueixa de lá de baixo. Fiquei com medo, pensei por alguns minutos o que tinha acontecido para aquela mulher ficar presa ali embaixo da vitrine. Um acidente, talvez? Tinha medo de machuca-la, ou de obriga-la a algo que não tinha vontade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Sem soltar a fita ela me disse:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">- O que é suficiente?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Não sabia se deveria pedir socorro ou responde-la.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">- O que é suficiente?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Ela repetiu a pergunta.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">- Eu, ... eu sou suficiente. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Respondi.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">Ela soltou a fita e desapareceu em baixo da vitrine. Acompanhei a sua imersão no vão, entre a vitrine e o chão. Vagarosa. Enquanto imergia repetia com voz que some: <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763;">- Nós. Nós. Nós...<o:p></o:p></span></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #073763;">Décimo dia do mês. Sai da loja com a fita vermelha na mão. Não fui pagar as contas, voltei ao que era suficiente. </span></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-47775029496593732872012-02-09T16:10:00.000-02:002012-02-09T16:16:50.656-02:00O caso K.<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Não posso dizer já ter visto de tudo na minha profissão. Eu apenas a iniciei. Mas o que conto é algo extraordinário. Abri recentemente minha clinica odontológica e estou ainda formando uma carteira de clientes. Por volta de um mês a mãe veio com a filha para uma consulta, queria que eu verificasse uma ferida no céu da boca da filha. A menina, 15 anos, tinha um aspecto pálido e olhos embaçados. Perguntei à mãe se ela estava conseguindo se alimentar bem. A mãe respondeu que estava absorvendo apenas liquido. Pedi então que a menina abrisse a boca e não fosse a mascara, teria desmaiado tal forte estava seu hálito. Examinei então a boca da menina e devo confessar que era a primeira vez, espero seja a ultima, que via algo do gênero. Sem saber que procedimento tomar, indiquei uma medicação e pedi à mãe que providenciasse uma biopsia e retornasse o mais breve possível. Dois dias depois a mãe voltou com a biopsia. Deu-se então meu espanto. O resultado da biopsia apontava que a ferida na boca da filha era provocada por uma bactéria encontrada apenas em cadáveres. Inquirindo, então, a mãe, com certa resistência, narrou-me que ela e a filha procuravam em sites de relacionamentos homens que se relacionassem com as duas e encontraram um sujeito que se dizia trabalhar no IML. Isto poderia explicar a bactéria. Como eu não tinha recursos em minha clinica para acompanhar o caso da filha, orientei a mãe a procurar uma clinica especializada em câncer bucal. Fiquei, no entanto, intrigado com a situação e narrei-a a um amigo jornalista que resolveu procurar a mulher para uma matéria. O fato é que lendo o jornal está manhã fiquei estupefato: “Policia encontra cadáver de mãe e filha em apartamento de médico criminalista”. <i>Na noite de ontem, a polícia por meio do jornalista X chegou ao apartamento do médico criminalista K, onde encontrou conservado em uma banheira com formol os corpos de Z e Zz, mãe e filha, que, há dois anos, encontravam-se desaparecidas. K sofre de desvio sexual e mantinha regular relacionamento com os corpos encontrados em seu apartamento. Quem levou a polícia ao médico criminalista, foi o jornalista X deste jornal, que desenvolvia matéria sobre relacionamentos na Internet e casualmente deparou com a história das mulheres desaparecidas.</i></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i><br />
</i></span></span><br />
<div style="text-align: right;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>Cláudio Domingos</i></span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-61752149884514436902012-02-09T16:08:00.000-02:002012-02-09T16:16:15.487-02:00Perdido no Tempo ou Sr. Adauto<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">I – O Dia<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Todos os dias dos últimos vinte e cinco anos ele seguia aquela mesma rotina. Acordava as 4h30 da manhã, tomava um banho de precisos oito minutos e vestia o seu uniforme, uma camisa pólo que ele conseguia manter sempre impecavelmente branca, acompanhada de calças de sarja marrom. Antes de sair tomava apenas um pouco de leite gelado, e nunca deixava de lavar o copo, recolocando-o no armário, no exato lugar de onde o copo tinha saído, para usá-lo no dia seguinte. E no dia seguinte, e no dia seguinte, e no dia seguinte...<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Às 5h saía de casa, rumo ao ponto de ônibus, com o cordão do crachá já pendurado no pescoço, porque o Sr. Adauto (esse era o seu nome de batismo) gostava de ganhar tempo. As horas, minutos e segundos eram controladas por ele com mãos férreas. Todos os colegas de trabalho, encarregados e gerentes que o conheceram naquela indústria de brinquedos que ele servia há tanto tempo conheciam muito bem aquela sua característica. Alguns caçoavam dele, e com o passar daquele mesmo tempo que ele gostava tanto de administrar, acabou ganhando o apelido de Seu Inglês, em clara referência aos supostos hábitos londrinos. Mas boa parte das pessoas simplesmente o admirava pela sua pontualidade e rigor, afinal, Sr. Adauto não era um homem ruim. Também não era feio nem bonito, apenas respeitável. Não se podia dizer que ele era burro ou inteligente, apenas calado demais. Não exercia a mesma função de quando entrou na fábrica, mas sempre atuou no mesmo setor, o da qualidade. Era uma boa fábrica, aquela em que ele trabalhava. Principalmente boa para suas ambições, que não eram muitas. <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Era uma quarta-feira, que poderia ser apenas mais uma na vasta lista de quartas-feiras em que ele batia o ponto, às 6h. Ele pensa que irá atravessar o galpão da fábrica e subir as escadas que dão acesso a sua sala. Pensa que irá sentar-se na sua mesa e começar mais um expediente. Pensa que irá cumprir a sua hora de almoço e que voltará para o trabalho, até o momento em que o relógio lhe diga que são 14h e que ele deve voltar para casa, para voltar no dia seguinte, no dia seguinte, no dia seguinte...<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Mas hoje não vai ser uma quarta-feira como todas as outras. E nem as próximas serão. Hoje o Sr. Adauto será demitido. Ele só ainda não sabe disso.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></i></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">II – O Dia Seguinte<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Acorda. Espreguiça. Levanta. Escova os dentes. Despe-se. Liga chuveiro. Oito minutos. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Copo de leite gelado. Guarda o copo. Pendura crachá. Sai para a rua.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Só nesse momento, nesse exato momento em que o seu corpo sai para a rua que ele se dá conta de que o tempo foi embora. O que fazer, para onde ir? O dia ainda não tinha raiado, estava escuro. Ficou parado na calçada de casa, sabendo que tinha que voltar, mas ele não sabia como voltar naquele horário. Ele só sabia voltar às 14h, só sabia voltar se ele estivesse na fábrica de brinquedos, de lá ele sabia o caminho. Da calçada de sua casa, naquele horário, ele não sabia. Ficou parado por um bom tempo que ele não saberia dizer quanto, ele não tinha mais o controle das horas. O relógio de pulso lhe indicava um número, mas aquele número não lhe fazia mais sentido. Ele não percebeu, mas ficou ali parado a manhã inteira, preso em sua liberdade. Só se mexeu quando o celular dentro do bolso tocou. Era a moça do departamento pessoal da fábrica: <i>- Sr Adauto, boa tarde. Percebemos que o senhor esqueceu-se de devolver o crachá ontem. Poderia nos trazer amanhã, por gentileza, para darmos baixa? Pode ser em qualquer horário dentro do funcionamento do DP. Sr. Adauto? Alô, senhor, está me ouvindo? Alô? Alô?<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> A ligação caiu. Pode ser em qualquer horário, a funcionária do DP havia dito. Aquilo lhe feria de uma maneira que não conseguia compreender, feria muito. Praticamente a vida toda ele cumpriu os horários, aqueles impostos pelo trabalho e os impostos por ele, e de repente, de um dia para o outro, alguém lhe pede para fazer algo e pode ser em qualquer horário?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Entrou em casa meio sem saber como conseguiu entrar. Sentado no sofá, ficou olhando com um olhar de desalento para a sua foto do crachá, de quando era útil para a sociedade, de quando era útil para o tempo, de quando servia para o dia, e para o dia seguinte, e para o dia seguinte, e para o dia seguinte...</span><br />
<span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span><br />
<span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #073763; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i>Mônica Pinheiro</i></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-38456471819537391882011-12-05T19:30:00.002-02:002012-02-21T15:14:06.404-02:00Proposta de logotipo!<div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A associação precisa de um logotipo. Recebemos ao longo dos meses duas grandes contribuições e por enquanto temos utilizado a ideia proposta por Darlan Filé Júnior, que é o logo da impressão digital que aparece no cabeçalho desse blog.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-rjZJxAZMP7s/T0PN2uJWziI/AAAAAAAAAb0/vG2rJw0G0i8/s1600/A.CURA+logo+provis%C3%B3rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="http://2.bp.blogspot.com/-rjZJxAZMP7s/T0PN2uJWziI/AAAAAAAAAb0/vG2rJw0G0i8/s320/A.CURA+logo+provis%C3%B3rio.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Recebemos também uma bela contribuição artística do Rafael Puertas:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-j6SSrXfiLfw/Tt05dfcvz7I/AAAAAAAAAkk/E2SqTB5JObA/s1600/logo_RAFAEL%2BPUERTAS%2B%25282%2529.jpg"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img alt="" border="0" height="386" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682761483632496562" src="http://4.bp.blogspot.com/-j6SSrXfiLfw/Tt05dfcvz7I/AAAAAAAAAkk/E2SqTB5JObA/s400/logo_RAFAEL%2BPUERTAS%2B%25282%2529.jpg" width="400" /></span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E para dialogar com essa proposta de imagem, temos algumas brincadeiras com as palavras e com a imagens: </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span style="line-height: 115%;"><br />
</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><span style="line-height: 115%;"><i>A mão que (A.)CURA</i></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><span style="line-height: 15px;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br />
</i></span></span></div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Mão onde se tatua o trabalho, que revela o trabalho: marca de tinta, carvão, mato, sol, sangue, luva, borracha, formol, cabelo, pó, giz, álcool, jornal, serragem, perfume, estrume, corante, gordura, água, sabão, ferro, ferroada, picada, mordida, arranhão, mofo, talco, graxa, óleo, grafite, gel, argila, hidratante, sêmen, calos, cortes, farpas, rugas, micoses, saliva, pelos...</i></span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A Associação decidiu então desenvolver seu primeiro projeto em parceria com a ASAP (Associação Suzanense de Artes Plásticas) presidida por Roberto De Lima Dorta, e decidimos que a ASAP desenvolverá 12 trabalhos e dentre eles a A.CURA escolherá um para ser o logotipo da associação. Esses 12 trabalhos serão compilados em em exposição itinerante que irá percorrer a região, escolas, praças e centros culturais, além de terem o seus processos de criação registrados em um livreto que também apresentará a história da A.CURA e a biografia dos 12 artistas.</span><o:p></o:p></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em abril deste ano (2012) teremos o trabalho ganhador que será revelado em um sarau. Vamos aguardar, bons ventos sopram! A A.CURA agradece a participação e a parceria com a ASAP, estamos muito felizes com essa oportunidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Abraços!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>A.CURA</i></span></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div></div><div class="MsoNormal"><span style="color: #073763; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div></div>Darlan (Filé) Júniorhttp://www.blogger.com/profile/03900592066735188624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-21890566282090260992011-11-30T21:48:00.001-02:002012-02-09T16:13:56.959-02:00POR JACKELINE LIMA.<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Nbg4iwh9RaE/TtbBHBv8O2I/AAAAAAAAAjQ/v4kBlt8DZz8/s1600/IMG_0253-1.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5680940306447219554" src="http://1.bp.blogspot.com/-Nbg4iwh9RaE/TtbBHBv8O2I/AAAAAAAAAjQ/v4kBlt8DZz8/s400/IMG_0253-1.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 397px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 595px;" /></a><br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><span style="color: #073763;"><i>Lançamento dos Livros Memórias de Onã e Vacuos Mundi</i></span><br />
</span></div>Darlan (Filé) Júniorhttp://www.blogger.com/profile/03900592066735188624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5508784011529281488.post-116897006350112312011-11-30T20:27:00.000-02:002012-02-09T16:19:38.248-02:00INDEFINIDO.<p class="MsoNormal" align="right" style="text-align:right"><i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">Escorbuto, lodo, pasto, asco onde masco comida/chão.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="text-align:right"><i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">Alimento germe/grão: não, angustia!<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="text-align:right"><i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">Vômito, necessário. Vem a luz, o de dentro, ..., o de dentro!<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="text-align:right"><span style="font-size: 12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">Marco Maida<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">- Entra aqui. A sala é escura mas tenho certeza que conseguirá encontrar-se em instantes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif""> Não entendi o que o homem disse, segui-o. Demora um pouco para o olho acostumar. A mudança de luz sugere alterações na percepção visual: sombras, imagens grotescas, mais imaginação que imagem: fantasma. Tinha a impressão de emergir em outro mundo. Não possuía os critérios necessários para compreender esse outro. Medo! Sempre me sinto assim quando as coisas são incertas, quando perco o controle. Não gosto do imprevisível, parece que tudo se <i>dês-faz</i>. Procuro confiar no que ainda posso ver: pouquíssimo. Ando aos tropeções. Meu guia agora tem aparência impressionante: homem pequeno, rosto deformado (mau congênito), possuía muitas erupções cutâneas desenhando um relevo dérmico repugnante. Evitava olhá-lo. A pouca luz permeava os seus contornos oscilantes: de-forma; a pele que lhe cobria a cabeça, ferida aberta substituía os cabelos. Contei três dentes, não poderia ter mais que isso. Emitia palavras que tendiam ao ininteligível, saiam frouxas por entre os seus lábios flácidos e enrugados, e dividiam o espaço com o esforço de conter a saliva. Era gordo e cheirava a corpo suado. Seu cheiro me entorpecia. A ausência de luz disfarçava as suas formas mas não o seu cheiro. A sala escura era muito quente, abafada. Estou em uma estufa, pensei! O cheiro do homem misturou-se ao cheiro da sala, devia existir um corpo em decomposição ali...!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"">Sentia-me muito desconfortável. Mas sou uma mulher de opinião. Cheguei ali por que decidi e só vou sair quando alcançar o meu objetivo. Sei muito bem porque estou aqui.<o:p></o:p></span></p> <span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font:minor-latin;mso-ansi-language: PT-BR;mso-fareast-language:EN-US;mso-bidi-language:AR-SA">Há um mês atrás a forte dor de cabeça voltou. Ele me avisou que voltaria, mas não com tanta intensidade. Era insuportável, precisava desfazer o acordo e tirar logo isso de dentro de mim.</span><div><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font:minor-latin;mso-ansi-language: PT-BR;mso-fareast-language:EN-US;mso-bidi-language:AR-SA"><br /></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font:minor-latin;mso-ansi-language: PT-BR;mso-fareast-language:EN-US;mso-bidi-language:AR-SA"><i>Marco Maida.</i></span></div>Darlan (Filé) Júniorhttp://www.blogger.com/profile/03900592066735188624noreply@blogger.com0